quinta-feira, 7 de abril de 2011

2008

É vontade de saber falar e saber sentir o que é certo. É cansaço de me ver onde não quero, de descobrir a pequenez em todos os sentidos. É o medo de que vejam o quanto eu sou pequena ou não que não vejam o quanto eu sou grande. Eles vêem.
É não saber impor a vontade à necessidade. É não controlar a impulsividade e não saber se mover.
É querer ser vista sem ter que me mostrar porque eu mesma não me vejo. É querer me sentir pelo menos uma vez tão cheia e tão feliz e tanta luz e tão claro, que eu explodo. É ver fadas. É ser completa e ser igual. É mostrar sem pudor, ver sem ter defeito. É adorar cada defeito. E é querer isso tão despreparadamente, fazer tanto disso a sua vida, que é se entregar assim para qualquer coisa que possa despertar essa vontade, mesmo àquelas que não querem isso de mim e que vão me manter parada. Que fazem minha mente voar, mas o peso dos meus pés continuar no chão.
Andar olhando para trás e nunca me mover.