Num desses relacionamentos rápidos (cheios de pretensão, mas indolores) aí, eu tava tão de saco cheio de não conseguir olhar no olho e falar o que eu precisava, que decidi terminar por e-mail (feio).
Mas daí eu ponderei, deixei meu lado Sandy falar mais alto e a história teve um final feliz - a gente terminou cara a cara mesmo.
O e-mail ficou lá na pasta de rascunhos e achei hoje. Então vai aí, porque é muito velho, não tem mais importância e eu ainda concordo com algumas coisas.Vai ficar meio sem contexto, mas não é uma história que precise ser contada.
Eu penso em você pelas coisas que você promete, pelo que você me diz que sente e pelo o que poderíamos ser. É amor? Não. Mas quem sabe um dia pode ser. Não quero me comprometer a isso, mas as suas promessas é que estão me fazendo sentir assim. To querendo fugir de você. To querendo abandonar o barco agora. Mas acho que é o melhor que eu posso fazer por nós. Aí você encontra alguém, se define e se realiza. Eu me acho, me sinto à vontade, encontro e sou feliz. É assim que vai acontecer. Um dia, eu vou encontrar alguém. Um dia, eu vou encontrar o meu amor. Mas o que eu preciso é de companhia. O que eu preciso é de atenção diária e de não sentir o mundo inteiro sobre os meus ombros. Quero sentir o mundo sobre quatro ombros. É disso que eu sinto falta, é disso que eu preciso e é isso que você não pode me proporcionar. Não digo só pela distância, mas pela forma como você conduz as coisas. Você se preocupa demais em saber como eu sou, em me fazer promessas ou se convencer de que você tem em quem pensar. Só que não é bem assim. Você não está disposto a ouvir minhas bobagens e essa é uma parte fundamental de mim. As coisas profundas são as que vêm em segundo plano, que devem ser descobertas com a incrível convivência. O amor, me parece, surge mesmo com o tempo, com o nada. Parece que o amor não pode ser plantado, sua semente dá onde quer... o máximo que podemos fazer é regá-lo depois. O amor não surge em terras férteis, necessariamente. Acontece é que a gente não sabe é do que ele precisa pra viver. Amor que vai nascendo da cumplicidade diária. E é bizarro que seja no C. que eu enxergo essa possibilidade maior hoje em dia. Posso conversar com ele. Posso me abrir e falar minhas besteiras. Porque ele sabe a boboca que eu sou e mesmo assim não se importa. Mesmo assim ouve o que eu preciso que ele ouça e fala o que eu preciso que ele fale. E o mais bonito disso tudo é que o C. é um fodido, que não faz isso como técnicas de conquista. O mais bonito é que isso é natural e, por isso, possível. Amor não é flor de plástico. Amor não se dá em buquê, se dá em vasinho.
(pra esse outro aí faltou fertilizante)