sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

open up

Eu, que sou toda aberta, sei que tem uma parte minha que fica escondida. É como se mesmo meus melhores amigos, que me conhecem demais, não soubessem tudo. Ou se, pelo menos, não soubessem algumas das coisas que me são mais caras. Não to dizendo que sou um caso raro quanto a isso, porque imagino que a maioria das pessoas é assim.
Por isso que fico pensando no quanto é foda se relacionar com alguém. (Ah, os seres humanos, sempre tão cheios de traumas, neuras e muros...)
Já pensou como seria tão mais fácil se você tivesse a facilidade de falar o que está te incomodando em relação a uma pessoa, o que você admira mesmo... o que te impede de manter uma relação mais próxima com ela? Ou, ainda mais simples, o que ta fazendo do seu dia mais flúor ou mais nude (adoro referências de moda, heh)?
As pessoas descobririam o que têm em comum, trocariam ideias novas, saberiam quando vale a pena ficar do lado de alguém, quando vale a pena engatar amizade... To falando de fugir da trinca óbvia cinema-música-livros.
Cada pessoa é um universo e se a gente ficasse realmente aberto ao que os outros têm a dizer, a vida teria muito mais descobertas.
Eu tava conversando um dia desses com um amigo sobre isso, sobre como a maioria das relações que você vai ter na vida nunca vai passar do cordial e das convenções sociais.
E nem to falando da galera do trabalho e da faculdade (porque não sei você, mas é onde eu mais vejo gente interessante, que dá mesmo vontade de conversar, além ser onde passo o meu dia todo, né!). Mas essa relação superficial pode se estender àqueles amigos próximos e de longa data, com seus pais e irmãos. Espero que os relacionamentos amorosos ultrapassem essa barreira, né. Mas acho que nem esses são estimulantes assim pra sempre.
E, como ainda lembrou bem meu amigo, o paradoxo disso tudo é que as pessoas estão, na maior parte do tempo, justamente buscando essas relações mais profundas.
“Cada pessoa é uma ilha” porque quer, “cada um fala uma língua” porque ninguém ta disposto a aprender a língua do outro.

Um dia tava conversando com outro amigo no busão:
Pedro: Credo, como você é intransigente.
Eu: Eu não. As pessoas é que vêm e vão, ué. Eu continuo aqui.
Pedro: A mesma pessoa intransigente de sempre.
Eu: Exato.