terça-feira, 13 de abril de 2010

E sabe quando todo mundo parece tão feliz ou, pior ainda, tão perfeito com sua imperfeição? Sabe quando as pessoas insistem em dizer que não sabem onde estão, mas você as vê tão combinando no cenário que dizem estar todo bagunçado? Sabe quando os losers são bem sucedidos assim perdedores, e a incompreensão do mundo vira músicas fodas, poemas que traduzem as pessoas melhor que elas mesmas, filmes, ou blábláblá? Quando é que ficou tão bonito ter defeitos e ser sozinho? Quando é que a gente passou a gostar das coisas tortas?
Quando as coisas não saem como eu esperava, não vejo poesia não. Eu tenho é vontade de gritar e explodir tudo. Porque vamos lá, quais as chances de as coisas saírem espontaneamente melhor do que o que a gente imaginou?
No final do dia, quando rola aquele balanço involuntário de tudo que deveria ter sido feito e o que realmente aconteceu, se eu me sinto frustrada e um tanto de saco cheio, não penso nisso como a beleza da vida. Penso como essas coisas que tão impedindo a vida de ser tão bonita.
Quando é que o aperto no estômago virou poesia? Não. Eu não. Eu quero viver a vida que eu sonhei noite passada. Principalmente porque as coisas davam certo, faziam sentido e eu não tinha que me esforçar como uma maluca pra conseguir metade. Não é a metade que eu to procurando, por isso eu nunca – nunca – vou achar que a graça é esse esforço todo (principalmente se falhar no final).
Vocês ai que amam a imperfeição, me digam: tão sendo sinceros? Ou tão tentando se convencer o tempo todo que vocês gostam disso, afinando o discurso de que o inacabado é que é a nossa vida?

Ou fica tudo perfeitinho, ou não tenho o que comemorar.