
Eu amo o Tom Zé.
Não precisaria de muita justificativa, além de ele ser o cara que escreveu: "Menina, amanhã de manhã, quando a gente acordar, quero te dizer que a felicidade vai desabar sobre os homens, vai desabar sobre os homens. Na hora ninguém escapa, debaixo da cama ninguém se esconde. A felicidade vai desabar sobre os homens e desaba e desaba e desaba"
(se tá com preguiça, pula pro vídeo do fim e veja como ele é foda)
Mas tem mais.
O Tom Zé é puro amor - quando fala, quando canta, quando compõe, quando dança, quando faz as mesmas piadas no show ou quando fala da Neusa. E ainda não inventaram nada que valha mais a pena de se prestar atenção que amor.
No primeiro show dele que eu fui, fiquei tão impressionada com a alegria dele, quando dançava todo desengonçado sem se preocupar se tava ridículo, sem pose, só alegria e genialidade pulando em cima do palco (tããão diferente dos poserzinhos que eu tava acostumada a ver no Hangar110).
Saí de lá achando tudo grandioso demais, o mundo brilhante demais e a gente precoupado demais com coisas que não tem importância (desde as coisas pequenas demais - trânsito ruim, café amargo, 'levei uma bota' - e as grandes demais 'de onde viemos? pra onde vamos? meu cabelo tá bom?') quando é só a gente se soltar e pular. sabeassim?
Descobrindo mais sobre ele, a gente vê o quanto ele é atormentado, meio rancoroso, meio orgulhoso e mau-humorado... sabe, tão humano? Que fica ainda mais impossível não amar um cara que é todo fodido como a gente e é assim tão amor. Transborda amor.
Tem uma entrevista dele na Caros Amigos que é uma das melhores que eu já li.
(é gigante, mas puro deleite... heh)
'Todos os Olhos' é aquele disco dele que ficou famoso por ter na capa a foto de outro olho. Todo subversivo... a sua cara. haha.
Mas aí, há alguns anos, foi 'desvendada' a verdadeira história da capa... a de que o "olho" era, na verdade... uma boca.
Olha alguns trechos (sempre encantadores... ah, Tom Zé) da matéria da Phydia de Athayde, com a reação dele ao saber da história.
“No exato instante, o próprio Tom Zé, nascido e criado em Irará, sertão da Bahia, agonizava com a simples idéia de que se pedisse uma coisa dessas a uma moça:
-- Fiquei apavorado quando o Pignatari me falou que tinham encontrado a modelo. E ele retrucou: "Como é que você quer traseiro sem modelo?".
(...)
Já Tom Zé ouve atenciosamente a verdadeira história da capa de disco mais importante de sua carreira. E cai numa gostosa gargalhada:
-- Hahaha! Então me enganaram esse tempo todo! F.d.p., me enganaram! Hahaha! ...E que alívio! A moça não precisa mais ter vergonha. E pode se congratular de ter sido personagem de uma rebeldia."
ó o trailer do documentário "Fabricando Tom Zé"
